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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Conheçe o inimigo: Inflacção e Hiper-inflacção - 1


Este é dos posts mais úteis- porque tem conselhos práticos - para os leitores deste blog a  residir na Europa, USA, Canadá, Austrália, países onde a crise baterá forte e feio.

Durante os anos vinte, após a 1ª guerra mundial, a Alemanha obrigada a imprimir notas para pagar a sua pesada dívida, entrou numa espiral de hiper-inflacção.

Chegou-se ao ponto dos trabalhadores receberem o seu salário 3 vezes por dia. A cada vez as suas mulheres recolhiam-no e iam imediatamente comprar bens e comida antes que os preços subissem de novo.

Este cenário não é impossível que volte a  acontecer.
Mas porquê?
uma onça de ouro
Na antiga Roma um cidadão com uma onça de ouro podia comprar uma túnica, um cinto e um par de sapatos. Hoje com uma onça de ouro podemos comprar um fato um cinto e um par de sapatos. Isto é em termos de mercado os preços são semelhantes. Porém a quantidade de dinheiro que era necessária para comprar as mesmas coisas há vinte, trinta, cinquenta e mais anos atrás era cada vez menor.
Ou seja os preços dos bens aumentaram quando pagos com papel moeda mas mantiveram-se estáveis quando pagos com uma moeda que em si mesma tem valor intrínseco: o ouro.

O problema da inflacção reside no actual sistema financeiro em que vivemos onde os governos pedem aos bancos centrais – possuídos por bancos privados – dinheiro. Este é posteriormente impresso, ou os créditos monetários criados- pelo banco central- mas não é sustentado por qualquer tipo de riqueza. O dinheiro é impresso ou os créditos criados a partir de puro ar. Este dinheiro é dívida ao mesmo banco central e tem de ser pago com taxa de juro acrescida. . . paga pelo contribuinte.

Este dinheiro que não é suportado por um bem - ouro, outros minérios, produtos agrícolas, ou por uma cabaz de bens etc. . . -- na verdade não confere valor ao mesmo.

Uma das lições que recebermos quando a inflação nos atingir é que papel moeda não é dinheiro.

Preço de uma onça de ouro 1871-2010
em dólares de 2010 ajustados à inflacção
Continuando.
Imprimir dinheiro, ou criar créditos monetários a partir do nada e aumentar a quantidade de dinheiro em circulação- físico ou digital- vai retirar valor ao mesmo- sobretudo papel moeda.
Reparem que a riqueza da economia não aumentou por haver mais dinheiro em circulação. A procura por bens e serviços não aumentou. A riqueza permaneceu a mesma mas desta vez há mais papel moeda e/ou créditos monetários. Então a mesma riqueza, na prática fica diluída. E cada nota representa assim menos riqueza.
É como se adicionássemos água na sopa. Esta vai perdendo o seu sabor.

Segundo o economista Peter Schiff poucos políticos e mesmo economistas compreendem o que é a inflacção. Na prática é como uma extracção de riqueza às classes menos favorecidas. É um imposto escondido.

Então em épocas de hiper inflacção os políticos pensam que controlar o preço dos bens é a solução mas é um erro. O controle de preços vai fazer apenas que os bens entrem em mercado negro ao seu valor real. Quem quiser comprar os bens ao preço tabelado pelo governo vai ter de esperar em longas filas e os bens serão racionados.
(é de esperar alguns episódios violência quando isto ocorrer)

Mercado Negro / Ah!  apanhei-te!. . . finalmente. . .
Por outro lado quem comprar - e vender - no mercado negro estará a fazê-lo ilegalmente e arrisca-se a multas e outros procedimentos criminais.

Na continuação deste post veremos resumidamente o que é que os governos farão em situação de hiper-inflacção e o que é que nós podemos fazer mesmo que não tenhamos muito dinheiro.

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